Como é bom passar uma sexta-feira à tarde em Belém, ainda por cima bem acompanhado. Foi bom tomar café a ver o rio, depois de ter visitado uma feira do livro com preços mais baratos que tabaco. Depois lá do cimo do CCB, confrontar a minha tranquilidade com as centenas de carros que atravessavam a ponte.
Depois chegaram os amigos e fomos ver a exposição de fotografia do BES. Deixou um pouco a desejar na dimensão e a correria em que a visitamos também não ajudou. Mas nota muito positiva para a parte dedicada ao português Vítor Araújo e à sua série dedicada aos comboios.
Lembro-me também que o Zeca Afonso faleceu faz hoje 20 anos. Admiro o homem que afirmava que, mesmo tendo em conta o dia do nascimento do seu filho, o dia mais feliz da sua vida foi o 25 de Abril e o mais triste, mesmo tendo em conta o dia da morte do seu pai, o fim da revolução. Ainda ontem via na RTP a retransmissão do seu último concerto no Coliseu dos Recreios e via-o falar do seu “nunca negado PREC”.
Gosto que a direita admire o Zeca Afonso e também acho que a sua memória não é propriedade de ninguém. Só não concordo é que ninguém, muito menos a direita que ele sempre combateu antes e depois do 25 de Abril, tente fazer uma colagem à sua imagem. Foi um grande homem é um facto, foi um grande cantor, mas foi também um político à sua maneira. Picasso usou a arte, Ary dos Santos a literatura, Che Guevara a espingarda e Zeca a voz e a guitarra para lutarem contra uma direita que hoje falsamente o tende a lisongear.
O Zeca morreu e quatro dias depois eu nasci. Não tenho nem o engenho, nem a arte do cantor da revolução. Mas a sua música continuará a ecoar das colunas da minha aperelhagem e a fazer-me resistir a cada avanço da direita. Obrigado por 20 anos depois ainda me fazeres sentir o que é ser de esquerda.
Depois chegaram os amigos e fomos ver a exposição de fotografia do BES. Deixou um pouco a desejar na dimensão e a correria em que a visitamos também não ajudou. Mas nota muito positiva para a parte dedicada ao português Vítor Araújo e à sua série dedicada aos comboios.
Lembro-me também que o Zeca Afonso faleceu faz hoje 20 anos. Admiro o homem que afirmava que, mesmo tendo em conta o dia do nascimento do seu filho, o dia mais feliz da sua vida foi o 25 de Abril e o mais triste, mesmo tendo em conta o dia da morte do seu pai, o fim da revolução. Ainda ontem via na RTP a retransmissão do seu último concerto no Coliseu dos Recreios e via-o falar do seu “nunca negado PREC”.
Gosto que a direita admire o Zeca Afonso e também acho que a sua memória não é propriedade de ninguém. Só não concordo é que ninguém, muito menos a direita que ele sempre combateu antes e depois do 25 de Abril, tente fazer uma colagem à sua imagem. Foi um grande homem é um facto, foi um grande cantor, mas foi também um político à sua maneira. Picasso usou a arte, Ary dos Santos a literatura, Che Guevara a espingarda e Zeca a voz e a guitarra para lutarem contra uma direita que hoje falsamente o tende a lisongear.
O Zeca morreu e quatro dias depois eu nasci. Não tenho nem o engenho, nem a arte do cantor da revolução. Mas a sua música continuará a ecoar das colunas da minha aperelhagem e a fazer-me resistir a cada avanço da direita. Obrigado por 20 anos depois ainda me fazeres sentir o que é ser de esquerda.
2 comentários:
De facto o PS de hoje em dia precisa de quem o lembre o que é ser de esquerda.
não inventes gomes, tu cantas lindamente=)
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