Há aí um bom blog, que tem feito uma série de posts sobre economistas de combate. Infelizmente sempre tive alguma aversão à economia e o domínio que tenho sobre a mesma é muito mau. Espero que este ano consiga pelo menos terminar a cadeira de Economia Política.
No entanto, a de ciência política já está feita, como tal decidi fazer alguns textos sobre políticos de combate, que à esquerda, ou ao centro, deixaram a sua marca na história da humanidade. Devido ao meu trajecto político, não poderia deixar de começar por Lev Trotsky, ou se preferirem Leon Trotski. Mal compreendido por muitos e adorado por uns outros quantos, ainda hoje tem uma série de seguidores por todo o mundo.
Para um estudo sobre a vida e obra deste bolchevique, já havia sugerido, neste blog, a leitura da biografia escrita por Dave Renton, investigador de História na Universidade de Sunderland e um especialista na história do fascismo e do comunismo. É a partir da leitura deste livro que pretendo lançar alguns breves comentários ao trajecto político e pessoal de Trotski.
Para quem não sabe, este russo foi o principal porta-voz da revolução de Outubro, foi também o fundador do Exército Vermelho bolchevique, um dos braços direitos de Lenin e o fundador do jornal soviético Pravda (que ainda hoje existe e tem uma versão em português). Trotski era para muitos o sucessor natural de Lenin à frente dos destinos da Rússia, mas acabou por ser “vencido” por Estaline, por quem haveria de ser presseguido toda a vida.
Foi expulso da URSS e viu a esmagadora maioria da sua família ser assassinada. Durante o exílio forçado residiu na Turquia, em França, Noruega e finalmente no México onde foi assassinado por um comunista russo, a mando de Estaline. Antes e depois do exílio lançou a sua teoria da “revolução permanente”, denunciou as atrucidades do regime estalinista e defendeu intransigentemente que a revolução russa só poderia ter sucesso, se fosse acompanhada de um movimento revolucionário do operariado mundial. Para muitos, foi o pai do comunismo internacionalista e prova disso mesmo foi a criação da IV Internacional Socialista, a sua última grande batalha. Um pouco por todo o mundo, teve inúmeros seguidores de onde se podem destacar alguns intelectuais e artistas da época como André Breton (autor do manifesto surrealista) , Frida e Diego Rivera.
Vários historiadores preferem antes realçar o olhar crítico e atento que Trotski sempre teve sobre a história, prova disso foram os inúmeros livros editados pelo mesmo, sobre a história da revolução russa, incluíndo duas biografias, uma sobre Lenin e outra sobre Estaline. Outra prova disto, foram os inúmeros avisos que Trotski lançou ao operariado alemão, antes de 1933, sobre o perigo da tomada do poder por Hitler, nunca hesitou apelar à união da esquerda na Alemanha por forma a travar o avanço do Nazismo. Não foi ouvido, mas a breve prazo a história haveria por lhe dar razão.
Actualmente a IV internacional encontra-se dividida em várias facções, que resultaram de cisões provocadas por pontos de vista estratégicos diferentes, sobre a revolução na Nicarágua. Os principais protagonistas destas divisões foram Ernest Mandel (que encontra os seus seguidores na (A)PSR portuguesa) e Nahuel Moreno, fundador da LIT-QI (da qual a corrente Ruptura/FER do BE faz parte) e autor do livro “O Partido e a Revolução”. De qualquer das formas, o trotskismo continua activo um pouco por todo o mundo e também em Portugal.
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