Já não consigo ouvir falar da polémica em torno do Museu Salazar. Hoje, houve mais uma manifestação em Santa Comba Dão, organizada por uma facção do PNR (MNTIR) e que juntou cerca de 300 admiradores do ex-ditador, que recorreu a uma polícia política, depurtações e tortura para se manter no poder. António Oliveira Salazar, que obrigou o povo a sustentar uma guerra colonial à custa de muitas vidas e da miséria de toda a metrópole. Gostava ainda de lembrar o isolamento que o nosso país viveu durante a ditadura, com uma economia atrasada e fechada num coorporativismo estupido, sustentada por um pseudo-génio das finanças públicas.
Lamento informar estes senhores, mas o regime mudou, hoje vivemos numa democracia moderna e europeia, onde os ideais fascistas são proíbidos e consequentemente a sua propagação. Por esse motivo, a polícia de choque deveria estar era em Santa Comba Dão, em vez de andar a vigiar anarquistas no Chiado.
Mas se a população acha que se deve contrariar a CRP e deve haver livre apelo a ideais de extrema-direita, tudo bem. Aliás o TC já se pronunciou a favor do funcionamento do PNR, perante isto não há nada a fazer. Se querem construir um museu de apologia ao ex-ditador fascista tudo bem. Não se esqueçam de fazer um também de homenagem a Álvaro Cunhal, ao Otelo Saraiva de Carvalho e ao Vasco Gonçalves.
1 comentário:
Já reparou que as manifestações de ideias fascistas estão proíbidos (há uns anos disseram-me - mas nunca confirmei - que também os símbolos alusivos à monarquia também) mas não há proibição relativamente às ideias de criação de um estado comunista, tendo a esquerda uma maior liberdade de movimentos que a direita (ainda que extrema-direita)? Ufa, que grande questão! Bom, no cerne devemos reconhecer apenas que a nossa (nenhuma o é, mas a nossa...) democracia não é perfeita e não trata os lados políticos da mesma forma. Percebo essa tendência no período revolucionário, mas já deveríamos ter superado isso.
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