sábado, 28 de abril de 2007

Já não consigo ouvir falar da polémica em torno do Museu Salazar. Hoje, houve mais uma manifestação em Santa Comba Dão, organizada por uma facção do PNR (MNTIR) e que juntou cerca de 300 admiradores do ex-ditador, que recorreu a uma polícia política, depurtações e tortura para se manter no poder. António Oliveira Salazar, que obrigou o povo a sustentar uma guerra colonial à custa de muitas vidas e da miséria de toda a metrópole. Gostava ainda de lembrar o isolamento que o nosso país viveu durante a ditadura, com uma economia atrasada e fechada num coorporativismo estupido, sustentada por um pseudo-génio das finanças públicas.
Lamento informar estes senhores, mas o regime mudou, hoje vivemos numa democracia moderna e europeia, onde os ideais fascistas são proíbidos e consequentemente a sua propagação. Por esse motivo, a polícia de choque deveria estar era em Santa Comba Dão, em vez de andar a vigiar anarquistas no Chiado.
Mas se a população acha que se deve contrariar a CRP e deve haver livre apelo a ideais de extrema-direita, tudo bem. Aliás o TC já se pronunciou a favor do funcionamento do PNR, perante isto não há nada a fazer. Se querem construir um museu de apologia ao ex-ditador fascista tudo bem. Não se esqueçam de fazer um também de homenagem a Álvaro Cunhal, ao Otelo Saraiva de Carvalho e ao Vasco Gonçalves.

1 comentário:

David disse...

Já reparou que as manifestações de ideias fascistas estão proíbidos (há uns anos disseram-me - mas nunca confirmei - que também os símbolos alusivos à monarquia também) mas não há proibição relativamente às ideias de criação de um estado comunista, tendo a esquerda uma maior liberdade de movimentos que a direita (ainda que extrema-direita)? Ufa, que grande questão! Bom, no cerne devemos reconhecer apenas que a nossa (nenhuma o é, mas a nossa...) democracia não é perfeita e não trata os lados políticos da mesma forma. Percebo essa tendência no período revolucionário, mas já deveríamos ter superado isso.