Miguel Vale de Almeida diz, num post recente, que os dois acontecimentos políticos deste ano são a polémica relativa ao PNR (cartaz xenófobo, reacção dos gatos e vitória de Salazar na RTP) e a questão da licenciatura do primeiro-ministro. Discordo.
Em primeiro lugar não concordo quando MVA diz que estes são os dois acontecimentos do ano. O outdor colocado por RAP e os amigos é simplesmente uma boa piada, enquanto que o pseudo-escandalo da licenciatura de José Sócrates na UnI é uma piada de mau gosto.
As pessoas que criticam José Sócrates por ser primeiro-ministro e ter apenas uma licenciatura numa pequena e pouco prestigiada universidade essas sim têm um enorme défice de formação. Outras há que optam por criticar o processo em si e as suas eventuais ilegalidades, graves é certo, mas a meu ver não o suficiente para colocarem em dúvida o bom trabalho que o primeiro-ministro tem feito no governo.
As pessoas que criticam José Sócrates por ser primeiro-ministro e ter apenas uma licenciatura numa pequena e pouco prestigiada universidade essas sim têm um enorme défice de formação. Outras há que optam por criticar o processo em si e as suas eventuais ilegalidades, graves é certo, mas a meu ver não o suficiente para colocarem em dúvida o bom trabalho que o primeiro-ministro tem feito no governo.
2 comentários:
Não desejo ser porta-voz da direita (ou de quem quer que seja) neste caso, mas como "simples" cidadão sinto-me na obrigação de questionar a análise feita neste post e num comentário no "31 da Armada". Talvez o caso da licenciatura do nosso Ex.mo Primeiro Ministro (apetece-me dizer Presidente do Conselho) não seja um escândalo político. Mesmo havendo algum "desvio" no modo como a licenciatura foi concluída, desde que José Sócrates o desconhecesse, isso seria, no máximo, embaraçoso para o PM. Mas num país "americanizado" como o nosso, José Sócrates só veria a sua popularidade subir. O que faz pensar algumas pessoas é o silêncio do visado. Porque uma negação é imperativa, mais tarde ou mais cedo.
De facto, este caso não altera em nada a competência política do PM. Não há neste caso nada de discussão política. Embora me pareça que a única competência de Sua Excelência, o PM, está em desviar as atenções daquilo que (não) faz. Mas tirando esta opinião, o caso da licenciatura não é político mas sim ético. Que haja alguns cidadãos com licenciaturas "facilitadas", vá lá. Agora os governantes são a elite, são o exemplo. E a não-negação dos factos revelados atira toda essa boa-conduta às urtigas. Apenas isso.
Atreides,
Concordo contigo quando referes que a José Sócrates devia tomar uma posição e explicar ao país o que se passa com a sua licenciatura. Acho também que este assunto é meramente ético e que os políticos devem dar o exemplo e não terem licenciaturas "facilitadas".
Mas acho também que já está na hora de começarmos a debater outros assuntos e de ligarmos menos à forma e mais ao conteúdo.
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