domingo, 10 de junho de 2007

A religião será um sinal proibido?

"O verdadeiro símbolo do pensamento religioso é o sinal de sentido proibido. Porquê? Porque o que realmente caracteriza um pensamento genuinamente religioso é a paragem no desenvolvimento normal do raciocínio, o estacar perante uma conclusão incómoda, ou até o voltar para trás com medo daquilo que está à frente."


Sempre me questionei bastante sobre a temática religiosa. Durante vários anos questionei inúmeros religiosos sobre o facto de acreditarem numa coisa que não conhecem, da qual não têm provas. A resposta era sempre a mesma: através da fé. Isto não me chegava, fiquei ateu.

Tempos mais tarde achei esta teoria redutora, pois a fé pode até não ser sensível, mas para muitas pessoas acredito que possa ter contornos inteligíveis. Comecei então a achar que é tão estúpido uma pessoa afirmar que Deus existe, como o negar convictamente. Assim nasci para o mais profundo dos agnosticismos.

Mas se me perguntam sobre qual deve ser o papel da religião na sociedade civíl e principalmente no estado, aí a resposta é diferente: não deve ser nenhum. A fé e o culto devem ser respeitados, desde que não violem as regras indispensáveis ao cumprimento do direito e à manuntenção da ordem pública, muito na linha daquilo que teorizou John Locke. Tirando isto não deve haver mais nenhuma regalia e as "igrejas" devem ser tratadas como mais umas quaisquer associações culturais/recreativas.

3 comentários:

David disse...

A História lusa não pode aceitar que se faça um corte tão profundo com o que é a herança judaico-cristã. A Igreja Católica, com todos os seus defeitos, para não dizer pior, não pode ser colocada ao nível de sequer de uma grande agremiação desportiva, cujo valor social também será enorme.
Dai tempo ao tempo. Entretanto, há que abordar a religião com uma mente aberta, permitindo o trânsito nos 2 sentidos, usando o raciocínio. Repare que nem a ciência nega as bases da religião nem o contrário acontece. O que vemos diariamente são "falhas humanas" dentro da(s) Igreja(s).

João Gomes disse...

Eu concordo que a religião deve ser respeitada, só não concordo é que nenhuma igreja tenha benefícios em relação a uma outra.

Obrigado pelo comment =)

David disse...

Concordo com o respeito pelas diferentes crenças e com a isenção do do estado. O que queria dizer é que a Igreja Católica tem uma função social activa (que deveria ser o Estado a cumprir) que outras Igrejas não têm (seja por que motivo for, não interessa). Evidentemente, o tratamento que é dado à instituição pelo trabalho desenvolvido não pode ser confundido com favorecimento à Igreja Católica.