segunda-feira, 20 de agosto de 2007

As lutas do Alberto

Alberto João Jardim lutou contra a maioria dos portugueses e contra a própria lei em nome de um suposto direito à vida, foi chato e incansável, mas perdeu. Agora escolheu uma nova luta: evitar o casamento entre homossexuais - o último dos tacanhos conservadores vai voltar a perder, a sociedade está em evolução e só Alberto João é que não.

3 comentários:

António de Almeida disse...

-E porque diabo é que tem de se legalizar o casamento entre homossexuais? Não sou homofóbico, longe disso, há uns tempos escrevi que defendia um contrato cívil que salvaguardasse heranças, doenças etc, situações reais, que ocorrem com pessoas reais, para as quais deve ser dada resposta, mas porquê teimar em chamar casamento? Se forem para referendo perdem, não tenho dúvidas, se alterarem a lei sem referendo ela ficará sempre passível de ser alterada por outra maioria, porque não procurar consenso nesta matéria ajudando as pessoas, em lugar de extremar posições para medir forças? Cumprimentos!

João Gomes disse...

António,

O casamento aos olhos da lei é um contrato civíl que duas pessoas celebram e que lhes concede um vasto número de obrigações e direitos, muitos dos quais o António referiu ser a favor. Se lhe quiserem chamar outra coisa tudo bem, mas por que não casamento? É diferente uma união civíl entre um homem e uma mulher, de uma entre dois homens? Para mim - isto sim é não ser homofóbico.

Cumprimentos e obrigado pela visita!

António de Almeida disse...

-Não sendo de maneira alguma homofóbico, subscrevo parte das ideias de Luis Nobre Guedes que também não o é, proferidas em Maio ou Junho, aliás muito mais moderadas do que as de muito bom democrata para os lados do PS, pois esta questão é transversal, e de forma alguma deveria ser utilizada como arma de arremesso contra A.J.Jardim. Se querem resolver um problema real, que afecta pessoas, então não façam dele uma bandeira política, esqueçam A.J.Jardim e outros, e promovam apenas um debate de ideias antes de colarem os partidos a posições que tenderão a extremar-se desnecessariamente. Quanto a mim acho que uma sociedade não muda de mentalidade por decreto, a maioria dos portugueses, atrevo-me a dizê-lo, será contra o casamento homossexual, porque não celebrar um acordo num cartório notarial, registado à posteriori na conservatória do registo civil? Desde que o mesmo não seja celebrado na conservatória, não conste do BI o estado civil casado, poder-se-á arranjar aqui uma figura jurídica a criar, nada tenho a opôr, e pessoas terão a ganhar com o que estou aqui a defender, se mais á frente a sociedade evoluir para outras ideias nada terei a apontar, agora quando se procuram extremar posições logo de início, partindo de minorias, não se conseguem consensos, ganham visibilidade sim, mas prejudicam pessoas. Pessoalmente não quero, não me revejo, e como eu muito boa gente, casamentos que surgiriam em conservatórias, transformadas em palhaçadas ao género "gay pride", ás quais pessoas homossexuais que conheço também não se reveem. Agora tratar com legislação casos de heranças, assistência na doença, comunhão de bens ou adquiridos, aí sim, são situações que a actual lei das uniões de facto não responde, e que afectam pessoas concretas. Não ataquem A.J.Jardim por isto, relembro-lhe C.Candal em Aveiro, e porque conheço bem, por razões familiares, mesmo no Alentejo profundo, onde a CDU costuma ter votações expressivas, atrevo-me a dizer-lhe pelo que conheço que terão muitas dificuldades em ganhar um referendo. Cumprimentos.