Vasco Graça Moura reflecte sobre o assunto e põe o PSD à mistura. Na minha opinião as coisas não se podem colocar exactamente nestes termos: quem é do aparelho não é elite, quem não o é está abençoado pelo rótulo da competência.
Durante os últimos anos participei em muitas campanhas políticas, observei de perto as particularidades de cada corrida eleitoral, como funciona a máquina partidária, como reagem os militantes de um partido a determinados estímulos e fiquei a compreender que nos ditos "aparelhos" também existem pessoas competentes, por vezes idealistas ao ponto de se manterem sempre na retaguarda, sem nunca procurarem o protagonismo da primeira linha de combate.
Na verdade estes aparelhistas são muitas vezes os genuínos militantes, muitos deles cultos e informados e que se afirmam nos partidos não pelo que fizeram lá fora, mas por aquilo que fizeram enquanto políticos - essa é a elite que o país precisa. Não me interessa ter um bom técnino no governo se o mesmo não sabe gerir o bem público, interessa-me sim ter um bom político independentemente do que fez ou deixou de fazer fora da política. Churchill, Willy Brandt e Olof Palme nunca foram CEO ou Chairman de nenhuma grande empresa.
2 comentários:
O problema dos políticos (e principalmente dos governantes) actuais é o facto de terem sempre alguma ligação a alguma empresa dominante. Nunca são isentos. Podem ser excelentes profissionais, mas a necessidade de manter essas ligações não permitem isenção.
Daí o Paulo Macedo ter alguma razão.
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