sábado, 6 de outubro de 2007

Lado a lado

Na última quarta-feira fui ao Coliseu dos Recreios ver o espectáculo de Mafalda Veiga com João Pedro Pais. Sempre apreciei muito a voz da primeira e nunca me deixei agradar pelo segundo. Preconceito? Talvez.
Sabia que a Mafalda tinha uma sonoridade interessante, no entanto sempre me fez alguma confusão o facto das letras serem despidas de uma qualquer consciência social e política. Já no caso do João Pedro este defeito acentua-se a níveis catastróficos.
Parti então para uma noite que pensava de alienação, precisava de descontrair e a companhia era boa. Jantei comida italiana e estava pronto para ouvir aqueles dois jovens de boas vozes e que eu tão mal conhecia.
Não posso dizer que o concerto foi brilhante, mas houve uns três pequenos promenores que me deixaram estonteado e satisfeito: as presenças em palco de José Mário Branco, Jorge Palma e Fausto.
Talvez os dois jovens de boa voz tenham demonstrado com isto que até têm consciência social e política e assim calaram os jovens preconceituosos que, como eu, sempre os acusaram de alienação - não fiquei o maior dos fãs de nenhum dos dois, mas gostei do espectáculo.

4 comentários:

Manuel Bruschy Martins disse...

"Sabia que a Mafalda tinha uma sonoridade interessante, no entanto sempre me fez alguma confusão o facto das letras serem despidas de uma qualquer consciência social e política. Já no caso do João Pedro este defeito acentua-se a níveis catastróficos."

Arte diz-te alguma coisa?? A política não pode dominar a vida. Seria horrível se assim o fosse!

João Gomes disse...

Manel,

É óbvio que a política não pode dominar a vida, mas de qualquer das formas aquelas letras têm muito pouco de consciência social, de mensagem útil, de se quiseres arte no sentido de algo superior e erudito.

Acho que aí tens que concordar em certa parte comigo.

fernandes disse...

"Consciência social"?!Se gostas dos artistas devido às suas letras que transmitem algo de útil às pessoas deves ter uma lista reduzida de músicos que admires!!
Não achas que as letras das músicas devem ser livres, de forma a causar satisfação de quem a compôs, pois para ela lá terá o seu significado e à posteriori para o ouvinte.Este último depois é que se pode identificar c a letra ou não.
Além disso muitas vezes gostamos das músicas e nem nos damos ao trabalho de traçar uma lógica coerente.

João Gomes disse...

Fernandes,

Eu gosto de um músico em primeiro lugar pela qualidade da sua música. Nisso devo incluir não só a sua sonoridade, mas também a beleza das suas letras - que nestes casos não acho que sejam nada de erudito, ou de especial.
Quanto ao conteúdo das letras, acho que este tipo de artistas que tanto influenciam a nossa juventude deviam transmitir mais alguma consciência social - é apenas uma opinião.