Mais uma convenção do Bloco de Esquerda e mais um importante teste à sua união. Se ainda há pouco tempo, parecia que todos os movimentos que o integram disputavam acesamente o protagonismo no partido, agora é diferente: todos os movimentos do BE discutem calorasemente com um único movimento isolado, o Ruptura/FER.
Os radicais do Ruptura, no qual já militei durante a minha adolescência, foram à Convenção Nacional do Bloco reclamar por uma maior implementação sindical do partido, como forma de garantir uma verdadeira solidificação do eleitorado. O raciocínio não está muito longe da verdade, o BE precisa efectivamente de se implantar no movimento sindical, mas o objectivo desta estratégia não é segurar o eleitorado, bem pelo contrário, é roubar o mesmo ao PCP. Isto porque o verdadeiro eleitorado está fidelizado, é jovem, encontra-se nos grandes centros urbanos, tem elevada formação académica e move-se pela irreverência e pelo apoio às causas facturantes. Neste campo político, só a Juventude Socialista pode incomodar, um pouco, o BE.
Outra ideia engraçada que os seguidores de Gil Garcia, líder da oposição interna, foram propôr à convenção, foi a saída do Bloco de Esquerda do Partido da Esquerda Europeia. Tal exigência, prende-se com o facto de nesta aliança europeia estar a Refundação Comunista italiana, que recentemente aceitou integrar a coligação eleitoral de Romano Prodi. Mas que lógica teria este abandono? Seria preferível o BE e Miguel Portas ficarem isolados no Parlamento Europeu? Pior ainda, então e se o PS tivesse aceite o apelo de Sá Fernandes e houvesse uma coligação eleitoral de esquerda em Lisboa? O Ruptura/FER abandonaria o BE? Apoiaria outro candidato? Ou lançaria uma candidatura independente, ao bom modo dos alegristas?
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