Uma breve análise às candidaturas que se discutem para Lisboa:
Carmona Rodrigues – Esta candidatura, a ser verdadeira, é apenas o espelho do estado a que a nossa democracia chegou. Admito que este independente social-democrata, até possa estar inocente de todas as acusações que lhe são imputáveis. Agora o que não consigo compreender, é como alguém pode deixar a CML no estado em que deixou e no fim ainda querer reclamar legitimidade democrática para ser reeleito presidente do município. Não sei se o Eng. Carmona por ventura conseguirá recolher as 4000 assinaturas, mas se conseguir não tem uma tarefa muito fácil pela frente. A única coisa que o salva é mediocridade do candidato apoiado pelo PSD, sem dúvida uma má décima quinta opção. Mal por mal o Ferreira do Amaral.
Fernando Negrão – Como já referi em cima, é uma péssima escolha do líder do PSD. É uma pessoa pouco mediática, práticamente sem experiência autárquica, com pouco ou nenhum perfil político e com quem os lisboetas não se identificam. Os sociais-democratas ainda não perceberam que a CML precisa de um político, que nos próximos dois anos consiga limpar a casa e acabar de uma vez por todas com este regime de ingovernabilidade na maior autarquia do país. Havendo candidatura independente de Carmona, FN arrisca-se a um terceiro lugar no pódio.
José Sá Fernandes – Alterou a sua postura, quando hoje veio apelar à união da esquerda numa coligação pré-eleitoral. Infelizmente os partidos nunca conseguiriam chegar a um entendimento em tão curto prazo, como o restante até à entrega de listas. A questão que se coloca aqui, é que muita da ingovernabilidade que se gerou na CML, foi provocada pelo vereador do BE. Isto pode ter efeitos positivos, como negativos. De qualquer forma, o prejuízo que o município teve devido ao encerramento temporário do túnel do Marquês vai-lhe ser sempre imputado durante esta campanha.
Ruben de Carvalho – Ainda não consegui compreender qual foi o trabalho de oposição que este senhor fez enquanto vereador na CML. A CDU passou um pouco indiferente a toda esta polémica e deve manter os mesmo votos das últimas eleições. A explicação eleitoral é muito simples: os votos no PCP são actualizados ao ritmo da taxa de mortalidade. Aqui estão as desvantagens de uma tão alta esperança média de vida.
Helena Roseta – Não tenho qualquer receio de críticar uma pessoa que nunca admirei. Esta senhora não está no meu “campo político” e já não pertence, felizmente, ao mesmo partido que eu. O que ela representa na esquerda portuguesa, é pura e simplesmente o sectarismo a que um dia Lenin apelidou como “esquerdismo”, segundo ele a “doença primária do comunismo”. O que seria um bom resultado para a Helena Roseta? Qualquer coisa que prejudique o PS. Talvez entregar novamente a CML à direita. Tenho por hábito discutir política com base em ideias, espero então para ver qual a visão que a arquitecta tem para Lisboa.
Manuel Monteiro – Acho que é um bom candidato à CML por parte da direita, certamente muito melhor que Fernando Negrão e que muitos outros nomes que têm sido falados para o CDS/PP. Esta vai ser a prova de fogo para a Nova Democracia, que já se apresenta melhor organizada e que se encontra entusiasmada com a eleição do seu primeiro deputado, na Madeira. Dentro dos possíveis nomes do PND Manuel Monteiro é o melhor, juntamente com Jorge Ferreira, para assumir esta responsabilidade. O problema é que Manuel Monteiro já se encontra um pouco desgastado, por anos e anos de política activa, vamos lá ver como é que lhe corre Lisboa.
Pinto Coelho – É o derraderio teste da extrema-direita em Lisboa, a cidade com maior nível de criminalidade e de imigrantes do país e onde o PNR tem tido mais iniciativas, manifestações e polémicas. Em momento algum o PNR conseguirá eleger um vereador na capital.